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segunda-feira, 23 de novembro de 2015

Ruhama: uma potiguar que intigra a medicina


“Deram apenas 24 horas, mas ela se tornou um símbolo de vida”, vibra Haroldo Lucena, um carpinteiro de 51 anos, referindo-se à filha. Ele e sua esposa, a missionária católica Maricelma da Silva, 33, são pais de Mateus e Ruhama, gêmeos univitelinos, ou seja, idênticos. Todavia, enquanto Mateus é uma criança normal, Ruhama apresenta uma má formação congênita que intriga a medicina.
À primeira vista é fácil perceber que a síndrome ainda não diagnosticada pela ciência médica não foi capaz de abalar a alegria que Ruhama manifesta no olhar e no sorriso. Ela nasceu sem o bulbo, porção inferior do tronco encefálico que estabelece comunicação entre o cérebro e a medula espinhal, relacionando-se com funções vitais como a respiração, batimentos cordíaco, pressão arterial e com reflexos como mastigação, fala, visão e coordenação motora.
Ao nascer, em 2011, os médicos acreditavam que ela não ficaria viva mais do que um dia. Mas o milagre aconteceu. Ruhama hoje está com três anos e nove meses. Ela vê, sorri, interage, balbucia. Tem tato e coordenação nos pés e nas mãos. É verdade que o seu desenvolvimento foi bem inferior ao do irmão, mas ainda assim surpreende aos pais e aos médicos que acompanharam sua luta pela vida.
O drama começou em meados de 2011, quando o casal descobriu, ainda nos primeiros meses da gestação, que além de um embrião havia algo a mais na placenta da mãe. Os médicos descartaram a possibilidade de uma gestação bem sucedida de gêmeos. “Era como uma bolsa de sangue, um feto sem chances de sobreviver porque estava, entre outras peculiaridades, com o crânio aberto”, relembra Haroldo.
A família agora está morando em Caicó, cidade natal da Maricelma, e sobrevive com a renda que Haroldo retira da carpintaria e de palestras que o casal realiza eventualmente sobre o caso da filha. Além disso, o movimento Provida - que luta contra o aborto - oferece ajuda nos momentos de dificuldade e Ruhama recebe apoio financeiro de um salário mínimo do governo.
A meta maior da família neste momento é trocar o carro, o mesmo Opala que a transportou para São Paulo quando as crianças eram recém-nascidas e também para conseguir um tratamento no exterior para a menina. Mesmo diante de toda essas lutas, quando perguntados se são felizes, a resposta é unânime: “É só alegria”.

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